China afirma que "não deseja ver Tailândia e Camboja em campos de batalha"
O chefe da diplomacia chinesa afirmou que Pequim "não deseja ver a Tailândia e o Camboja em campos de batalha", após confrontos fronteiriços que causaram cerca de 100 mortos e mais de 700 mil deslocados.
Durante um encontro com o homólogo tailandês, Sihasak Phuangketkeow, na cidade chinesa de Yuxi (província de Yunnan), no domingo, Wang Yi expressou a "profunda preocupação" da China com a "tensa situação na fronteira" e defendeu que, uma vez cessados os combates, "a diplomacia deve assumir protagonismo".
"Reconstruir a paz é o desejo dos povos e a expectativa de todas as partes", afirmou o chefe da diplomacia chinesa, acrescentando que os esforços de mediação de Pequim "nunca se impõem aos outros, nem extravasam os limites" e visam criar "uma plataforma descontraída para o diálogo".
O encontro decorreu na sequência do acordo de cessar-fogo alcançado no sábado entre os chefes das Forças Armadas do Camboja e da Tailândia, após intensos combates iniciados a 07 de dezembro, que provocaram um número significativo de vítimas e deslocações forçadas de civis em ambos os lados da fronteira.
A China celebrou o acordo e manifestou apoio à via do diálogo como solução "realista e eficaz" para resolver disputas complexas. Wang elogiou o espírito pacífico da Tailândia e declarou que Pequim "valoriza e aprecia" o empenho de Banguecoque em evitar hostilidades com os seus vizinhos.
O ministro tailandês, Sihasak Phuangketkeow, agradeceu os esforços chineses na mediação do conflito, destacando a "abordagem asiática" promovida por Pequim e assegurou que a Tailândia "não vê a força como opção" entre países vizinhos. Segundo o diplomata, Banguecoque está empenhado em alcançar uma "paz genuína e um cessar-fogo sustentável".
A China anunciou que Wang Yi se reuniria entre domingo e hoje com os homólogos do Camboja e Tailândia em Yunnan. Está previsto que representantes militares dos três países também participem nas conversações.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês reiterou que a resolução política de disputas continua a ser a melhor alternativa, num contexto regional marcado por instabilidade e rivalidades fronteiriças persistentes.